Protegendo outro lado: O NOSSO!
Vivemos em um momento em que não temos respostas para crimes tão cruéis tão medonhos e nós questionamos por que assassinar cruelmente Daniella Perez, Isabela Nardoni, Marília Rodrigues
Martins e tantas vítimas de assassinatos brutais e incompreensíveis. Como
caracterizar estes assassinos? Loucos? Doentes? Não! - Apenas psicopatas.
Em 2008, a Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, médica especializada em
psiquiatria, pela UFRJ, lançou seu livro: “Mentes
perigosas – O Psicopata Mora ao Lado” motivada pelo momento de grande
violência humana e crimes violentos, por nós incompreensíveis, teve a médica a
boa ideia de escrever o livro.
De lá para cá, as primeiras páginas dos jornais de todo o mundo
trazem noticias de crimes que sequer passa pela nossa mente, que possam ter
sido cometidos por seres humanos. Nós recusamos acreditar que uma pessoa humana
seja capaz de ato tão covarde e brutal contra a vida. Não compreendemos, questionamos
e muitas vezes nos trancamos amedrontados em nossos quartos, pois tememos o
vizinho que mora ao lado.
A médica-psiquiatra em sua obra busca s traçar um perfil para o
Psicopata, bem como faz um alerta, sobre
como reconhecer um psicopata e sobre a ação destruidora de tais indivíduos.
Curioso é que a Dra. Ana Beatriz, como introdução do livro traz a
fábula do sapo e do escorpião, que segundo a conhecida fábula:
O escorpião aproximou-se do sapo que estava à beira do rio. Como não
sabia nadar, pediu uma carona para chegar à outra margem. Desconfiado, o sapo
respondeu: - Ora, escorpião, só se eu fosse tolo demais! Você é traiçoeiro, vai me picar, soltar o seu
veneno e eu vou morrer.
Mesmo assim o escorpião insistiu, com o argumento lógico de que se picasse o sapo ambos morreriam. Com
promessas de que poderia ficar tranquilo, o sapo cedeu, acomodou o escorpião em
suas costas e começou a nadar.
Ao fim da travessia, o escorpião cravou o seu ferrão mortal no sapo e
saltou ileso em terra firme. Atingido pelo veneno e já começando a afundar, o
sapo desesperado quis saber o porquê de tamanha
crueldade. E o escorpião respondeu friamente:
— Porque
essa é a minha natureza!
Sim
a natureza de alguns psicopatas é CRUELDADE com que trata suas vítimas. O
psicopata tal como o escorpião é um bicho medonho e é da sua natureza ser “uma criatura do mal”.
Segundo
a Dra. Ana Beatriz quando se trata de imaginar como é a aparência de um
psicopata vem à nossa mente a imagem de um sujeito com cara de mau, truculento,
de aparência descuidada, pinta de assassino e desvios comportamentais tão
óbvios que qualquer um seria capaz de reconhecê-lo, sem duvidar que aquele
sujeito seja realmente um psicopata, um assassino cruel. - Eis aí o grande
erro, o equívoco de quase todos.
Reconhecer
um psicopata, segundo a psiquiatra não é tarefa fácil, pois psicopatas enganam
e representam muitíssimo bem! Seus talentos teatrais e seu poder de
convencimento são tão impressionantes que chegam a usar as pessoas com a única
intenção de atingir seus sórdidos objetivos. Tudo isso sem qualquer aviso
prévio, em grande estilo, doa a quem doer.
Mentir, trapacear e manipular, são talentos inatos dos psicopatas.
Com uma imaginação fértil e focada sempre em si mesmos, os psicopatas também
apresentam uma surpreendente indiferença à possibilidade de serem descobertos
em suas farsas.
Se forem flagrados mentindo, raramente ficam envergonhados,
constrangidos ou perplexos; apenas mudam de assunto ou tentam refazer a
história inventada para que ela pareça mais verossímil.
É
importante ressaltar que o termo psicopata pode dar a falsa impressão de que se
trata de indivíduos loucos ou doentes mentais. Quando na realidade não são,
nem doentes e nem loucos, porém indivíduos cruel, alguns matam por prazer.
Mas
quem são essas criaturas tão nocivas? São pessoas frias, insensíveis,
manipuladoras, perversas, transgressoras de regras sociais, impiedosas,
imorais, sem consciência e desprovidas de sentimento de compaixão, culpa ou
remorso. Esses “predadores sociais” com aparência humana estão por aí, misturados
conosco, incógnitos, infiltrados em todos os setores sociais. São homens,
mulheres, de qualquer raça, credo ou nível social. Trabalham, estudam, fazem carreiras, se casam, têm filhos, mas definitivamente não são como a maioria
das pessoas: aquelas a quem chamaríamos de “pessoas do bem”.
Eles são indiferentes aos direitos e sofrimentos de seus familiares e
de estranhos do mesmo modo. Caso demonstrem possuir laços mais estreitos com
alguns membros de sua família (esposa, filhos), certamente é pelo sentimento de possessividade e não pelo amor genuíno.
Psicopatas são incapazes de
amar, eles não possuem a consciência genuína que caracteriza a espécie
humana. Os psicopatas gostam de possuir
coisas e pessoas, logo, é com esse sentimento de posse que eles se
relacionam com o mundo e com as pessoas.
Em razão dessa incapacidade em considerar os sentimentos alheios, os
psicopatas mais graves são capazes de cometer atos que, aos olhos de qualquer
ser humano comum, não só seriam considerados horripilantes, mas também
inimagináveis.
Esses psicopatas graves são capazes de torturar e mutilar suas
vítimas com a mesma sensação de quem fatia um suculento filé-mignon.
Muitas vezes, os psicopatas querem convencer as pessoas de que são
capazes de vivenciar fortes emoções, porém eles sequer sabem diferenciar as
nuances existentes entre elas. Confundem
amor com pura excitação sexual, tristeza com frustração e raiva com
irritabilidade.
Muitos psiquiatras afirmam que as emoções dos psicopatas são tão
superficiais que podem ser consideradas algo bem similar ao que denominam de
"proto-emoções" (respostas primitivas às necessidades imediatas).
Em geral são indivíduos frios,
calculistas, inescrupulosos, dissimulados, mentirosos, sedutores e que visam
apenas o próprio benefício. Eles são incapazes de estabelecer vínculos
afetivos ou de se colocar no lugar do outro. São desprovidos de culpa ou remorso e, muitas vezes, revelam-se agressivos
e violentos.
Em maior ou menor nível de gravidade e com formas diferentes
de manifestarem os seus atos transgressores, os psicopatas são verdadeiros
"predadores sociais", em cujas veias e artérias corre um sangue
gélido.
Como animais predadores, vampiros ou parasitas humanos, esses
indivíduos sempre sugam suas presas até
o limite improvável de uso e abuso. Na matemática desprezível dos
psicopatas, só existe o acréscimo unilateral e predatório, e somente eles são
os beneficiados.
Os
psicopatas são indivíduos que podem ser encontrados em qualquer raça, cultura,
sociedade, credo, sexualidade, ou nível financeiro. Estão infiltrados em todos
os meios sociais e profissionais, camuflados de executivos bem-sucedidos,
líderes religiosos, trabalhadores, "pais e mães de família",
políticos etc. Certamente, cada um de nós conhece ou conhecera algumas dessas
pessoas durante a sua existência.
Em casos extremos, os psicopatas
matam a sangue-frio, com requintes de crueldade, sem medo e sem arrependimento.
Porém, o que a sociedade desconhece é que os psicopatas, em sua grande maioria,
não são assassinos e vivem como se fossem pessoas comuns, contudo podem
arruinar empresas, famílias, provocar intrigas, destruir sonhos, mas não matam.
E, exatamente por isso, permanecem por muito tempo ou até uma vida inteira sem
serem descobertos ou diagnosticados. Por serem charmosos, eloquentes,
"inteligentes", envolventes e sedutores, não costumam levantar a
menor suspeita de quem realmente são. Podemos encontrá-los disfarçados de
religiosos, bons políticos, bons amantes, bons amigos.
Visam apenas o benefício próprio, almejam o poder e o status,
engordam ilicitamente suas contas bancárias, são mentirosos contumazes, parasitas, chefes tiranos, pedófilos,
líderes natos da maldade.
É difícil admitir que estes indivíduos existam em nossa sociedade,
pois estamos também admitindo que o “mal"
habita entre nós, lado a lado, cara a
cara. Mas realidade é contundente e cruel, pois a maioria destes indivíduos
convive diariamente com todos nós. Transitam tranquilamente pelas ruas, cruzam
nossos caminhos, frequentam as mesmas festas, dividem o mesmo teto, dormem na mesma cama.
Os psicopatas possuem três níveis variados de gravidade: leve, moderado e severo. Qualquer que
seja o grau de gravidade, todos, invariavelmente, deixam marcas de destruição
por onde passam, sem piedade.
No nível leve e moderado:
estão aqueles indivíduos e dedicam a trapacear, aplicar golpes e pequenos
roubos, mas provavelmente não "sujarão as mãos de sangue" ou matarão
suas vítimas.
Já aqueles que se encontram no nível
severo botam verdadeiramente a "mão na massa", com métodos cruéis
sofisticados, e sentem um enorme prazer com seus atos brutais. Suas vítimas
prediletas são as pessoas mais sensíveis, mais puras de alma e de coração.
Os crimes
cometidos por esses indivíduos deixam todos perplexos que a tendência
inicial é buscar explicações que sejam no mínimo razoáveis: "Ele parecia
tão bom, o que será que aconteceu?". "Será que ele não regula muito
bem, estava drogado ou perturbado?", "Será que foi maltratado na
infância?". E, mergulhados em tantas perguntas, muitos incorrem no erro de justificar e até entender as ações
criminosas dos psicopatas.
Todavia, os psicopatas são racionais, possuindo inclusive, um
raciocínio perfeito e sabem perfeitamente o que estão fazendo, porém no que
tange aos sentimentos, são absolutamente
deficitários, pobres, ausentes de afeto e de profundidade emocional.
Segundo pesquisadores e médicos os psicopatas entendem a letra de uma canção,
mas são incapazes de compreender a melodia. Pois Música é emoção, sentida com a
alma.
Os psicopatas não possuem razão e sensibilidade e estas duas qualidade é que dão
sentido a chamada consciência – Estas vis criaturas não possuem consciência
moral e nem outra qualquer.
Dizem que a vida imita a arte e vice-versa, mas no fundo é a arte é
que imita a vida. Vejamos os diversos filmes em que os personagens principais
ou secundários dão vida, voz e ação aos diversos tipos de psicopatas, sejam
eles golpistas ou estelionatários, grandes empresários ou políticos
inescrupulosos, ou ainda os assassinos cruéis e impiedosos que agem de forma repetitiva
e sistemática (os ditos serial killers).
Nas telas dos cinemas os psicopatas sempre estiveram presentes entre
seus grandes personagens, por exemplo, os filmes sobre vampiros, que segundo a
Dra. Ana Beatriz “são os que sempre tiveram os psicopatas como os grandes
astros em cena. Assim como os vampiros da ficção, os psicopatas estão sempre de
tocaia. Nesse exato instante eles estão agindo por aí: nas ruas, em plena luz
do sol, procurando suas "presas", às mesas de seus escritórios
envolvidos em negociações escusas ou mesmo sob o teto acolhedor de um lar que
em instantes será devastado”.
Eles estão por toda parte, perfeitamente disfarçados de gente comum, e assim que suas necessidades internas, de
prazer, luxúria, poder e controle se manifestar, eles se revelarão como
realmente são: feras predadoras.
Os psicopatas são os vampiros
da vida real, não que eles queiram exatamente sugar sangue. Eles buscam sugar mais que sangue – em
princípio sugam a energia emocional de suas vítimas e depois, não se sabe o que
pode acontecer.
São autênticas criaturas das trevas. Possuem
um extraordinário poder de
importunar e de n hipnotizar com o objetivo maquiavélico de anestesiar nosso
poder de julgamento e nossa racionalidade. Com histórias imaginárias e falsas
promessas nos fazem sucumbir ao seu jogo e, totalmente entregues à
sorte, perdemos nossos bens materiais ou somos dominados mental e
psicologicamente.
O psicopata em princípio, aparenta ser melhores que as pessoas
comuns. Mostram-se tão inteligentes, talentosos e até encantadores. Ganham a
confiança e simpatia de suas vítimas que acabam esperando mais deles do que das
outras pessoas e no fim suas vítimas não recebe nada positivo, apenas amargam
os sérios prejuízos em diversos setores de suas vidas.
Culpar as vítimas é um imenso erro, pois elas sem se dar conta, acaba
por convidar o psicopata para entrar em sua vida e quase sempre só percebe o
erro e o tamanho do engodo quando ele desaparece inesperadamente, deixando sua vítima exausta, doente , com
uma enorme dor de cabeça, a carteira vazia, o coração destroçado e, nos piores
casos, vidas perdidas.
Para os psicopatas, essa sucessão de fatos irresponsáveis é absolutamente
"normal". Afinal de contas, seduzir e atacar uma "presa" é
seu objetivo maior, e tal qual o escorpião da fábula ilustrada na introdução do
livro, essa é a sua natureza!
A Dra. Ana Beatriz afirma que os psicopatas são “São vampiros humanos
ou predadores sociais, engana-se quem pensa que encontrá-los por aí é algo raro
e improvável, mas se assim dissesse , estaria agindo como um deles: mentindo,
omitindo a verdade e impossibilitando alguém de se precaver contra suas
maldades e perversidades.”.
Em geral os psicopatas afirmam, com palavras bem colocadas, que se importam muito com sua família (pai,
mãe, irmãos, filhos), mas suas atitudes contradizem totalmente o seu
discurso. Eles não hesitam em usar seus
familiares e amigos para se livrarem de situações difíceis ou tirarem
vantagens. Quando dizem que amam ou
demonstram ciúmes, na realidade têm apenas um senso de posse como com qualquer
objeto. Eles tratam as pessoas como "coisas" que, quando não
servem mais, são descartadas da mesma forma que se faz com uma ferramenta
usada.
Para a Dra Ana Beatriz: “A piedade e a generosidade das pessoas boas
podem se transformar em uma folha dep apel em branco assinada nas mãos de um
psicopata. Quando sentimos pena, estamos vulneráveis emocionalmente, e é essa a
maior arma que os psicopatas podem usar contra nós!”.
Pensam e se descrevem como
pessoas superiores aos outros, e essa superioridade é tão grande que lhes
dá o direito de viverem de acordo com suas próprias regras. O egocentrismo e essa megalomania, muitas vezes, fazem com que eles sejam vistos como arrogantes e autoconfiantes, possuem mania de grandeza, fascínio pelo poder e pelo controle sobre os outros.
Para os psicopatas, matar,
roubar, estuprar, fraudar etc. não é nada grave. Embora eles saibam que estão
violando os direitos básicos dos outros, por escolha, reconhecem somente as
suas próprias regras e leis. Além disso, são extremamente hábeis em culpar as
outras pessoas por seus atos, eximindo-se de qualquer responsabilidade. Para eles, a culpa sempre é dos outros.
Os psicopatas mostram uma total e impressionante ausência de culpa
sobre os efeitos devastadores que suas atitudes provocam nas outras pessoas. Os
mais graves chegam a ser sinceros sobre esse assunto: dizem que não possuem sentimento de culpa, que não lamentam pelo sofrimento que eles
causaram em outras pessoas e que não conseguem ver nenhuma razão para se
preocuparem com isso.
Na cabeça dos psicopatas, o que está feito, está feito, e a culpa não
passa de uma ilusão utilizada pelo sistema para controlar as pessoas. Diga-se
de passagem, eles (os psicopatas) sabem utilizar a culpa contra as pessoas
"do bem" e a favor deles com uma maestria impressionante.
São capazes de verbalizar remorso, mas apenas da boca pra fora, mas suas ações são capazes de
contradizê-los rapidamente. Uma das primeiras coisas que os psicopatas aprendem
é a importância da palavra remorso e
como devem elaborar um bom discurso para demonstrar esse sentimento. Com essa
habilidade de racionalizar (criar razões para) seus comportamentos, os
psicopatas se isentam de responsabilidade em relação às suas atitudes. Inventam
"desculpas elaboradas"
capazes de mexer profundamente com os sentimentos nobres de pessoas de bom
coração, as quais eventualmente podem vir a sentir pena dessas criaturas tão
maquiavélicas.
A Dra. Ana Beatriz alerta:
O desrespeito, a
frieza, a luxúria e a perversidade dos psicopatas estão ganhando espaço nas
redes de tv e nos cinemas, arrebatando espectadores, críticos especializados e
atores que buscam fama e reconhecimento profissional ao interpretarem
personagens de "psiquismo tão complexo".
Se não tomarmos muito
cuidado, acabaremos adotando a conduta psicopática como um estilo de vida
eficiente para se alcançar a auto-satisfação ou então como um comportamento
adaptativo de sobrevivência.
É hora de pararmos e
realizarmos uma profunda reflexão coletiva e individual. Precisamos definir em
que proporções, estamos contribuindo para a promoção de uma cultura
psicopática. Temos que unir forças para efetuarmos um combate efetivo das ações
psicopáticas em todas as suas manifestações.
Temos que ter
consciência que a luta contra a psicopatia é a luta pelo que há de mais humano em
cada um de nós. É a luta por um mundo mais ético e menos violento, repleto
"de gente fina” elegante e sincera. (Dra. Ana Beatriz)
"A fantasia que acompanha e suscita a
antecipação que precede o crime é sempre mais estimulante que a seqüela imediata
do crime em si.”
“Assassinato não é somente um crime de luxuria
e violência, mas sim possessão, as vítimas são parte de você…Você senta a
última respiração deixando seus corpos. E você olha nos olhos. Uma pessoa nesta
situação é Deus” ( Frases de Ted Bundy)
Theodore Robert Cowell, mais conhecido Ted Bundy, foi um cruel e
temido assassino dos EUA durante a década de 1970. - Charmoso, comunicativo, de
conversa e palavras convincentes, que lhe ajudavam a seduzir e eliminar
mulheres em uma matança desenfreada. Foi levado a julgamento e condenado
à pena de morte por eletrocução. O júri demorou apenas quinze minutos
deliberando sobre o veredicto. Executado em 24 de janeiro de 1989, Bundy ainda
foi alvo de uma ironia no dia de sua morte, pois foi uma mulher quem ligou a
chave da cadeira elétrica que pôs fim à sua vida.
“Poucos
vêem o que aparentas,
Poucos
se dão conta de quem és tu”.
(Nicolau
Maquiavel)
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